domingo, 21 de setembro de 2008

Um desafio.


Um desafio que parece ser tão sangrento.

Embaçado, vidros de uma janela sem fundo.

No silêncio dessa tarde, ainda ouço sua voz.

Sinto um vazio dentro de mim.

Crescia algo, que se prendeu, e ali ficou.

Um doce adeus que foi amargo.

O que significaria essa frase?

Não sei, somente que sinto que a cura para feridas de solidão, não existem.

Cada lembrança, um conto.

Volto a me queimar, quando penso em ti.

Cada oportunidade, uma obra do destino.

De magia e sombras.

Vestígios e lembranças. Contos, em geral.

Nessa tarde em que o relógio não pára, sinto que tudo vai para o nada.

Do que me adiantaria salvar vestígios numa folha de papel?

Se a chuva já me tirou tudo...

Como se estivesse numa guerra, eu lutei.

Sangrei, como se fosse apenas trapos.

O desafio de esquecer-me de ti.



sexta-feira, 12 de setembro de 2008


Mais do que sílabas bem pronunciadas. Chamas que não ardiam estavam refletidas no primeiro lago que apreciara. Do outro lado, um jardim, um balanço a voar. A magia era desconhecida, eram apenas gravetos que giravam no ar fantasticamente, como crepúsculos alegres de um amanhecer. Um sonho quase impossível, invisível como o ar.

No verão apreciava lírios. No inverno, a neve. Aprendeu que nada era mais poderoso — nem mesmo uma maldição de morte — do que o amor.Estava longe de aprender a ser fria. Quem olhasse em seus olhos encontraria a paz eterna. Eram diferentes, jóias em sua face de porcelana.

▪ Ódios e tormentos... Sentimentos amargos, nunca ia querer experimentá-los. Ansiava por experimentar um doce sentimento. Almejava pela indiferença.Era mais do que uma bela juventude, era viver um conto de fadas.

Viveu, sonhou, lutou pela liberdade... Devaneios eram frutos de uma fantasia distante. Sim, ela conheceu fadas, e foram elas que a ensinaram a sonhar, a acreditar em contos e a lidar com a doçura e amargura.Era de seu costume recitar poemas ao vento. Fazia de seu coração traços que queria varrer.

Contemplava lagos, mudos e ao mesmo tempo tremeluzentes. Tinha tantas histórias para lhes contar, tantos poemas para recitar... Mas tinha medo de despertá-los. As águas adormecidas pareciam ignorar suas lágrimas... Eram freqüentes as tentativas para persuadi-los.Era apenas uma boneca de porcelana, ou talvez uma criança aprendendo a sonhar. Alguém que, obviamente, só presenciou rosas e lírios em seu jardim, que nunca viu espinhos ou lágrimas. Tudo era apenas sorriso; nunca esperou a morte. Guardou esses álbuns até o fim.