sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Jovem enamorado.


Vou lhes contar uma história. Pode ser que pareça um conto de fadas, mas é um fato real.


Existia um belo jovem.

Que se ocultava atrás de uma máscara.

Ninguém via seu rosto, ninguém tinha a capacidade de despertar aquele vulto, que, embora sombrio, carregava contos em sua essência.

Um dia, ele descobriu uma luz forte.

E este, decidiu abraçá-la, como se estivesse indo em direção a um paraíso.

Todavia, esta luz faiscou, e pareceu que ia se apagar.

O coração deste se partiu, como quem corta o dedo em um espinho.

Ele sangrou.

É difícil contar-lhes como foi vê-lo tirar aquela máscara somente para olhar aquela luz, e esta pareceu se apagar, deixando-o vazio e incompleto num jardim.

Mais difícil foi eu, um belo lírio, iluminado por finos raios dourados, vê-lo sangrar daquela maneira e nada poder fazer.

Senti que minhas pétalas iam desfalecendo lentamente.

Senti um gosto amargo em minha essência.

Mas, quem me conhecia realmente, sabia que eu queria ajudá-lo.

Disse-lhe então: Esqueça essa luz, siga em frente, jovem! Caminhos de espinhos, sei que é difícil, mas se continuar correndo até a luz, ela lhe cegará.
Esperei, até que ele me disse: Mas, me apaixonei!
E eu lhe respondi: Sei. Mas nada é sempre correspondido.
O rapaz abaixou a cabeça e abriu a boca novamente, a voz sumida: Sempre me disseram que o amor não era bom...
O encarei e respondi: Sim, quando colocado em horas erradas, faz sangrar.
Enfim, ele aceitou que deveria parar de seguir aquela luz.
E arrancar esta página de seu livro da vida.
E queimá-la!
Um dia, a fumaça se cruzará com essa luz. E talvez a leve até ele, onde ela irá brilhar todas as noites.
Dedico esses versos a Augusto Rookwood.


domingo, 16 de novembro de 2008

Livro que ainda está por vir.



Recomeço.


Sabe ler as linhas de sua vida através do céu?


Eu sei!


O que vejo? Bem, difícil responder.


Antes, eu via algo que não me parecia tão nítido, negro, triste e sem graça.


Agora, me apareceu um brilho dourado.


Com um rugido de leão bravo, voltou a acender minha chama da alegria.


E eu abracei tudo as belezas que antes eu não via.


Era aquela sombra negra que me cegava.


Mas nunca pensei que uma fantasia não me fizesse chorar.


E me levasse tanta alegria.


Tanta esperança.


Tantas palavras.


Melodias que renovam a essência.


E conselhos silenciosos que somente eu posso escutar.


Como uma paixão sem fundo você entrou em minha mente.


E disparou meu coração na direção certa.


Me fez descobrir uma porta, mas dentro de mim.


E quando eu entro nela viajo por onde eu quero e posso voar sem limites.


Espero desta vez não errar de porta de novamente.


Pois somente nesse mundo cabe a mim voar.


terça-feira, 14 de outubro de 2008

Diga-me.


Diga-me...
O que pode ver nesta lágrima do céu?
Reflexos ou luzes?
Posso ver gotas de magia!
Num simples toque de união e a suavidade da seda.
Uma sede que não se mata, e que faz sangrar.

Fontes de abrigo e de maiores poesias.
Que falam de amor e do vento.
De algo que eu nunca soube o que era.

Aprofundados no que chamo de "nada é para sempre".

Quando compartimos a mesma doçura.
Amanhã, quem sabe o que será.
Amor ou fortuna?
Uma janela que és tão bela de se apreciar.

Um fundo de azul.
Muralhas de palavras colossais.
De cortesia e esperança.
Versos negros e vermelhos.

domingo, 21 de setembro de 2008

Um desafio.


Um desafio que parece ser tão sangrento.

Embaçado, vidros de uma janela sem fundo.

No silêncio dessa tarde, ainda ouço sua voz.

Sinto um vazio dentro de mim.

Crescia algo, que se prendeu, e ali ficou.

Um doce adeus que foi amargo.

O que significaria essa frase?

Não sei, somente que sinto que a cura para feridas de solidão, não existem.

Cada lembrança, um conto.

Volto a me queimar, quando penso em ti.

Cada oportunidade, uma obra do destino.

De magia e sombras.

Vestígios e lembranças. Contos, em geral.

Nessa tarde em que o relógio não pára, sinto que tudo vai para o nada.

Do que me adiantaria salvar vestígios numa folha de papel?

Se a chuva já me tirou tudo...

Como se estivesse numa guerra, eu lutei.

Sangrei, como se fosse apenas trapos.

O desafio de esquecer-me de ti.



sexta-feira, 12 de setembro de 2008


Mais do que sílabas bem pronunciadas. Chamas que não ardiam estavam refletidas no primeiro lago que apreciara. Do outro lado, um jardim, um balanço a voar. A magia era desconhecida, eram apenas gravetos que giravam no ar fantasticamente, como crepúsculos alegres de um amanhecer. Um sonho quase impossível, invisível como o ar.

No verão apreciava lírios. No inverno, a neve. Aprendeu que nada era mais poderoso — nem mesmo uma maldição de morte — do que o amor.Estava longe de aprender a ser fria. Quem olhasse em seus olhos encontraria a paz eterna. Eram diferentes, jóias em sua face de porcelana.

▪ Ódios e tormentos... Sentimentos amargos, nunca ia querer experimentá-los. Ansiava por experimentar um doce sentimento. Almejava pela indiferença.Era mais do que uma bela juventude, era viver um conto de fadas.

Viveu, sonhou, lutou pela liberdade... Devaneios eram frutos de uma fantasia distante. Sim, ela conheceu fadas, e foram elas que a ensinaram a sonhar, a acreditar em contos e a lidar com a doçura e amargura.Era de seu costume recitar poemas ao vento. Fazia de seu coração traços que queria varrer.

Contemplava lagos, mudos e ao mesmo tempo tremeluzentes. Tinha tantas histórias para lhes contar, tantos poemas para recitar... Mas tinha medo de despertá-los. As águas adormecidas pareciam ignorar suas lágrimas... Eram freqüentes as tentativas para persuadi-los.Era apenas uma boneca de porcelana, ou talvez uma criança aprendendo a sonhar. Alguém que, obviamente, só presenciou rosas e lírios em seu jardim, que nunca viu espinhos ou lágrimas. Tudo era apenas sorriso; nunca esperou a morte. Guardou esses álbuns até o fim.

sábado, 30 de agosto de 2008

Juntos.

Faz tanto tempo que guardo um eterno sentimento.
Sei o que deveria sentir. A amargura deveria, nesta hora, surgir. Mas não quero fingir.
Faz tanto tempo que guardo esse sentimento...
Me faria feliz poder comparti-lo contigo.
Em canções, amores e poesias.
Juntos, em silêncio, quando há tanto para dizer.
Juntos, nessa prisão, quando há tanto para viver.
Somos apenas parte de um coração em ruínas.
Nada poderá tirar minha liberdade.
De desenhar meus caprichos, através de minhas palavras.
Nesse silêncio contínuo em que olho para o céu. Seus olhos, apenas um sol distante.
Não se trata de amor, trata-se da solidão.
Palavra que não me permite ficar junto a ti.
O vejo, e sinto que morro.
Por este amor que tantas vezes me envenena.
Somente seu beijo poderia me salvar, somente você poderia me fazer sorrir quando as lágrimas inundassem meu paraíso de sonhos, no qual você se encontra. Intacto.
Juntos, em silêncio, quando há tanto para dizer...


domingo, 24 de agosto de 2008

Nada está lhe faltando?




Encontrei-me em seu olhar, e me senti apaixonada. Era como sentir o calor do sol.
Toda a mentira fez o que quis de minha vida, assim, me perdi.
Revivo sua lembrança. E me afogo em ondas sem pensar em nada.
Mas ainda estou viva.
Ainda que nada sinta por mim, não me esqueci de nada.
Entendo, agora, o quanto é forte.
Uma manhã, sentirei que o medo não me atinge, então, estarei bem.
Não estranhe minha necessidade. Ainda tenho esperança. Ainda penso que você irá voltar.
Nada está lhe faltando? Então, um dia irá sentir que algo lhe falta. Espero não perder a fé aos poucos, assim como já perdi meus segredos em profundezas.
Não há nada mais cruel que a solidão. Solidão esta, que encontrei ao sonhar contigo.
Tenho medo, ainda tenho medo. Não posso voar sem ti. Você me ensinou, lembra-se?
Não sei se o perdão que tanto desejo, não seria uma esperança tola e desesperada do meu coração, mas, perdão pelo quê?
Nesta chama apagada em meu peito, contemplo apenas cinzas.
Não sinto mais prazer em caminhar, pois só encontro espinhos.
Não está lhe faltando nada?

Para a música e a poesia.

Eram ventos tão antigos...
Perfeitos somente para a música e a poesia.
Como livros antigos. Fantasias distantes.
Será que são reais, como nos meus sonhos?
Pergunta de resposta inalcançável.
Me mostravam o que não queria ver.
Por quê?
Como uma luz, a paz chega.
Como as trevas, a luz se vai.
Não sei quantas almas tenho.
Vejo em páginas perdidas o que realmente sou. O que o vento me trouxe, em uma folha de papel.
Só mesmo ele para entender meus propósitos, senão a chuva.
Vejo nas margens, frases escuras, que às vezes me pergunto se fui eu quem as escrevi; são tão amargas...
Nesses campos antigos, vejo minha dor. E nesse pasto recente, vejo meus sorrisos e lágrimas.
Creio que minhas sombras não passam de seres insignificantes.
Naquela alvorada, senti que o sol nasceu mais cedo. Somente para acender novamente minha lareira.































sábado, 16 de agosto de 2008

Porque você é meu imortal.


Hoje, o sol bateu em minha janela. Tão intensamente, que aparentava querer me queimar. Sentia-me isolada do mundo naquelas quatro paredes em ruínas.


Mas a minutos atrás eu decidi parar de chorar.


Porque existem flores que não merecem escutar soluços. Principalmente, lírios.


Aquele amor ainda não partiu de mim, e ainda permanece invisível.


Uma folha cheia de rasuras e rabiscos.


Nesse tempo que ainda me resta, gostaria apenas de olhar em seus olhos pela última vez.


Sem intrigas.


E dizer que com você o sol nasce.


É como o mar, que vai e volta em seguida.


Se um dia chorar, tenho certeza que ainda escutarei seus soluços. Porque você é meu imortal.


Uma lembrança que não morre.


Simplesmente não consigo quebrar essa jóia que habita meu peito. Esse sentimento que cresce cada dia mais.


Gostaria que você pudesse ler meus pensamentos agora, e ver como meu coração sangra por ti.


Meu ar acabará, o tempo passará... Mas você sempre permanecerá.


Porque uma verdadeira paixão é imortal.




domingo, 10 de agosto de 2008

Minha chama.




Era um dia tão comum...



Senti vontade de apreciar o pôr-do-sol. Como se apreciasse os pássaros ou a leveza das borboletas.




Era estranho, pois parecia um mundo novo, desconhecido para alguém que estava desacostumado a voar. Porém, naquele segundo, senti como se asas douradas surgissem. E eu pudesse voar até o sol, decifrando seus mistérios, uma coisa que jamais alguém conseguiu. Uma vitória, enfim.




Precisarei de grandes oportunidades para ir e retornar. Infelizmente, ele não é como as borboletas. Temos que ir até ele.




Suas chamas não teriam piedade de mim. Ora, não tem piedade nem dos ventos, que nunca apagaram sua luz...




Mas ele aparece todo dia na minha janela. É a primeira chama a me iluminar e o primeiro calor a me aquecer. Para ele, nunca importou se minhas asas fossem banhadas a ouro ou à prata.




Ele me acompanhou durante todas as manhãs até à tarde. Cada dia mais belo na minha janela.




Triste é o dia em que a chuva apaga suas chamas.



Talvez ela seja a única que possa realizar essa tarefa tão dramática.




A de apagar minha chama da esperança com as próprias lágrimas.




sábado, 9 de agosto de 2008

Versos vermelhos. -1.


Frases de amor.


Contei a você frases de amor.

Naquele dia, em particular, não sentia medo.

De falar daquele sentimento que crescia dentro de mim.

Para mim não importava mais as histórias que eu ouvia de noite.

Que assombravam.

Lembro-me dos dias de silêncios.

Sem respostas, apenas lágrimas.

Lágrimas que morriam.

E hoje, e somente hoje, percebi como estava enganada.

Enganada ao pensar que éramos apenas crianças puras e inocentes.

Porém que conheciam luz e as trevas.

Hoje deixo de dedicar minhas palavras ao vento para dedicá-las sempre e unicamente a você.

Sentia em minhas mãos rastros de um passado sem fim.

De uma história que eu e você construímos juntos.

Para celebrar os dias felizes e nunca mais chorar.

E somente semana passada descobri que essa dádiva que vivo chama-se presente.

Mais o melhor dia mesmo estará sempre no passado.

O dia em que seus olhos penetraram os meus.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Ao horizonte, enfim.

Rachei ao meio pedras que cruzavam minha busca. Minha busca por chamas que não ardiam ao tocá-las. Enfim, que fossem lembranças intocáveis.
Neste jardim que hoje caminho, vejo, do outro lado das montanhas, estrelas invisíveis a olhos humanos. Talvez elas estivessem ali para indicar-me o lugar onde eu pudesse encontrar as fadas.
Já havia encontrado as sereias, elas contaram onde poderia caminhar sem espinhos, onde encontraria, talvez, o meu verdadeiro sol.
E assim rasguei os trapos e teci a seda.
Entrei naquele mundo onde só viam-se brilhos verdes e dourados. Talvez fosse o paraíso, talvez um mundo desconhecido...
Até que uma luz recaiu sobre meus olhos... Uma fada surgiu. (...)

(...) As folhas subiram no ar. Momentos mais tarde ela me encarou com um sorriso.
"Conheço o que pensas. Lhe ensinarei como sonhar".
No meio da floresta de rosas e verdes, ela me disse palavras mágicas. Eram verdadeiros fatos, como uma profecia já confirmada.
Depois de retornar ao meu castelo, percebi que havia chegado voando, com asas de anjo e feições de porcelana.
O medalhão pendurado em meu pescoço se partiu, caindo sobre uma pequena pedra. Lá, eu o deixei. Porque simplesmente acho que não precisarei mais de sua imagem vidrada em minha mente, pois ele apenas carrega ruínas e não palácios. O que me importa agora é voar em direção ao horizonte.

Canções.





O ritmo das canções que fluem no ar contornam meu coração, fazendo-as poesias eternas que refletirão o brilho dos meus olhos.
Entre as páginas da minha vida contemplo fotos; elas são cinzas e é visível a escuridão do céu naquele jardim solitário. Apesar dessa realidade sinto que queimaduras de um retrato não me deformarão, pois o ritmo daquele fogo é o mesmo que a minha canção.
O álbum que tenho em minhas mãos apresenta cada semente que plantei e deixei de plantar. Estou pronta para partir em profundezas. A água não é mais pura por causa do envenenamento que minhas lágrimas causaram, porém, novamente cristalina com meus sorrisos.
As mechas que me caem pelo rosto, tão vermelhas quanto o sangue que corre em minhas veias, agora se reflete na parte rachada de um espelho que minha dor deixou para mim; manchado por minhas lágrimas e rachado pela intensidade de minha dor.
Sinto em admitir a mim mesma que lágrimas não apagam o passado. A magia que me envolverá será eterna, e que assim comece dês de já.
Que aranhas não passem a tecer minha vida. Que a chuva não alague meus sonhos e que raios não me atinjam. Cheguem a mim como chegam as flores, intactas. Que o dourado brilho do sol esteja comigo nessa aventura.

Poemas ás águas.


Ainda lembro-me do primeiro poema que recitei. Era Outono. Flores caíam num rio repleto de reflexos, reflexos de um passado. Um passado desconhecido.
Tinha medo de despertar minha imagem baseada em trapos. Eu era apenas uma moça, que
girava entre os dedos, gravetos, que, em minha mente, soltavam faíscas.
Sob as margens de águas entristecidas, eu via traços de uma guerra, uma guerra sem fim.
Ele me dizia algo, algo que talvez ninguém tivesse compreendido: Salva-me!
Não sabia o que fazer diante daqueles gritos. Então sentei-me.
Pensei em todos os sorrisos que vieram á minha mente. Eles formaram versos, versos vermelhos. Comecei a recitar ao rio, sua aparência amarelada passou a ser azulada.
"Lembro-me do dia em que o sol veio me acordar de uma forma diferente
Calorosa, como se estivesse de frente
Aqueles finos raios de sol me iluminaram
Minhas fantasias tornaram-se esperanças
Meus olhos, então, se iluminaram."

E ali fiquei, até o anoitecer, até a lua pairar, derramando suas lágrimas prateadas sobre mim.
Aquelas águas não eram mais as mesmas, eram tesouros preservados. Talvez fossem até profundezas que guardavam histórias.
E realmente guardavam.
Sereias surgiram pela primeira vez diante de meus olhos. Começaram a cantar. A canção era pura, pois não enfeitiçava. Ela dizia que do outro lado daquelas montanhas, próximo ao horizonte e do outro lado do rio, havia um mundo em que gravetos soltavam faíscas consecutivamente. Me disseram como realizar meus maiores desejos.
Em minha vida não houve melhor gratificação.
E o rio adormeceu.