
Vou lhes contar uma história. Pode ser que pareça um conto de fadas, mas é um fato real.
Existia um belo jovem.
Que se ocultava atrás de uma máscara.
Ninguém via seu rosto, ninguém tinha a capacidade de despertar aquele vulto, que, embora sombrio, carregava contos em sua essência.
Um dia, ele descobriu uma luz forte.
E este, decidiu abraçá-la, como se estivesse indo em direção a um paraíso.
Todavia, esta luz faiscou, e pareceu que ia se apagar.
O coração deste se partiu, como quem corta o dedo em um espinho.
Ele sangrou.
É difícil contar-lhes como foi vê-lo tirar aquela máscara somente para olhar aquela luz, e esta pareceu se apagar, deixando-o vazio e incompleto num jardim.
Mais difícil foi eu, um belo lírio, iluminado por finos raios dourados, vê-lo sangrar daquela maneira e nada poder fazer.
Senti que minhas pétalas iam desfalecendo lentamente.
Senti um gosto amargo em minha essência.
Mas, quem me conhecia realmente, sabia que eu queria ajudá-lo.
Disse-lhe então: Esqueça essa luz, siga em frente, jovem! Caminhos de espinhos, sei que é difícil, mas se continuar correndo até a luz, ela lhe cegará.
Esperei, até que ele me disse: Mas, me apaixonei!
E eu lhe respondi: Sei. Mas nada é sempre correspondido.
E eu lhe respondi: Sei. Mas nada é sempre correspondido.
O rapaz abaixou a cabeça e abriu a boca novamente, a voz sumida: Sempre me disseram que o amor não era bom...
O encarei e respondi: Sim, quando colocado em horas erradas, faz sangrar.
Enfim, ele aceitou que deveria parar de seguir aquela luz.
E arrancar esta página de seu livro da vida.
E queimá-la!
Um dia, a fumaça se cruzará com essa luz. E talvez a leve até ele, onde ela irá brilhar todas as noites.
E arrancar esta página de seu livro da vida.
E queimá-la!
Um dia, a fumaça se cruzará com essa luz. E talvez a leve até ele, onde ela irá brilhar todas as noites.
Dedico esses versos a Augusto Rookwood.