domingo, 10 de agosto de 2008

Minha chama.




Era um dia tão comum...



Senti vontade de apreciar o pôr-do-sol. Como se apreciasse os pássaros ou a leveza das borboletas.




Era estranho, pois parecia um mundo novo, desconhecido para alguém que estava desacostumado a voar. Porém, naquele segundo, senti como se asas douradas surgissem. E eu pudesse voar até o sol, decifrando seus mistérios, uma coisa que jamais alguém conseguiu. Uma vitória, enfim.




Precisarei de grandes oportunidades para ir e retornar. Infelizmente, ele não é como as borboletas. Temos que ir até ele.




Suas chamas não teriam piedade de mim. Ora, não tem piedade nem dos ventos, que nunca apagaram sua luz...




Mas ele aparece todo dia na minha janela. É a primeira chama a me iluminar e o primeiro calor a me aquecer. Para ele, nunca importou se minhas asas fossem banhadas a ouro ou à prata.




Ele me acompanhou durante todas as manhãs até à tarde. Cada dia mais belo na minha janela.




Triste é o dia em que a chuva apaga suas chamas.



Talvez ela seja a única que possa realizar essa tarefa tão dramática.




A de apagar minha chama da esperança com as próprias lágrimas.




Um comentário:

J.D.Leal disse...

Bellissimo diga-se de passagem...